
O TikTok divulgou uma carta na quinta-feira que acusou a administração Biden de se envolver em 'demagogia política' durante as negociações de alto risco entre o governo e a empresa, enquanto buscava aliviar preocupações sobre sua presença nos EUA.
A carta - enviada a David Newman, um alto funcionário da divisão de segurança nacional do Departamento de Justiça, antes de o Presidente Biden assinar a possível proibição do TikTok em lei - foi apresentada em tribunal federal juntamente com uma petição legal em apoio à ação judicial da empresa contra a medida.
A empresa-mãe do TikTok, com sede em Pequim, a ByteDance, também é uma autora na ação judicial, que se espera que seja uma das maiores batalhas legais na história da tecnologia e da internet.
Os documentos internos fornecem detalhes sobre as negociações entre o TikTok e o Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos, um painel inter-agências secreto que investiga negócios corporativos por preocupações de segurança nacional, entre janeiro de 2021 e agosto de 2022.
O TikTok disse que essas conversas resultaram, em última instância, em um acordo de segurança preliminar de 90 páginas que teria exigido que a empresa implementasse salvaguardas mais robustas em torno dos dados dos usuários dos EUA. Também teria exigido que o TikTok incluísse um 'interruptor de emergência' que permitiria ao CFIUS suspender a plataforma se não estivesse em conformidade com o acordo.
No entanto, os advogados do TikTok afirmaram que a agência 'cessou quaisquer negociações substantivas' com a empresa após esta apresentar o acordo preliminar em agosto de 2022. O CFIUS não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A carta enviada a Newman detalha reuniões adicionais entre o TikTok e autoridades governamentais desde então, incluindo uma ligação em março de 2023 que, segundo a empresa, foi organizada por Paul Rosen, subsecretário do Tesouro dos EUA para segurança de investimentos.
De acordo com o TikTok, Rosen disse à empresa que "altos funcionários do governo" consideraram o acordo preliminar insuficiente para abordar as preocupações de segurança nacional do governo. Rosen também afirmou que uma solução teria que envolver uma alienação pela ByteDance e a migração do código-fonte da plataforma social, ou sua programação fundamental, para fora da China.